I Simpósio de Literaturas e Artes Ibero-americanas, Afro-latinas e Ameríndias  - SILAM – de 22 a 26 de agosto de 2022


caderno de Simpósios, minicursos e oficinas


SIMPÓSIOS



simpósio 1 - Literatura de autoria feminina ibero-americana

Coordenadoras:

Dra. Isis Milreu (UFCG)

Dra. Thays Keylla de Albuquerque (UEPB)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

imilreu@gmail.com

 

Atualmente, a literatura de autoria feminina tem conquistado um espaço significativo entre leitores e críticos ibero-americanos. Contudo, as obras escritas por mulheres ainda são escassamente estudadas quando comparadas aos estudos sobre aquelas que são produzidas por autores homens. Dessa forma, o presente simpósio objetiva contribuir com a ampliação, visibilização e aprofundamento de pesquisas sobre a literatura de autoria feminina ibero-americana. Nesse sentido, serão aceitos trabalhos que versem sobre os diversos aspectos de obras criadas por escritoras da comunidade ibero-americana.

 

 


SIMPÓSIO 2 - LEITURAS CONTEMPORÂNEAS DA LITERATURA LATINO-AMERICANA: MULTIPLICIDADES E A EXPERIÊNCIA DE LER

Coordenador:

Dr. Wanderlan Alves (UEPB/CNPq)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

alveswanderlan@yahoo.com.br

 

 

Emergências estéticas e teórico-críticas das últimas décadas renovam o potencial crítico-discursivo das relações entre linguagem e subjetividade na América Latina, não pela via metonímica, mas pela abertura à multiplicidade, aos encontros, choques e trânsitos de línguas, sujeitos, geografias, pontos de vista. Noções, (des)figuras e operadores como “multidão”, “comum/comunidade”, dentrofora ou anacronismo constituem-se em alternativas para pensar suas configurações linguageiras (sociais, simbólicas, étnicas ou de gênero e classe) como um conjunto de singularidades dinâmicas que reconfiguram a potência dos sujeitos e do literário, que volta ao centro do debate em sua linguagem. Este simpósio acolherá trabalhos que tratem das singularidades múltiplas e suas manifestações na literatura latino-americana (nos discursos, não ditos, relações entre autor-obra-leitor, nos diversos planos de sua constituição), valorizando o desafio de pensar modos de ler que (re)coloquem em debate o lugar e o papel da crítica, suas relações estratégicas e políticas com a instituição literária no século XXI.

 

 


 

SIMPÓSIO 3 - A literatura e a descolonização da história

Coordenadores:

Dra. Maria Eliane Souza da Silva (UERN)

Doutorando Cássio Eduardo Rodrigues Serafim (Universidade de Coimbra)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

mariaeliane28@hotmail.com

 

O Processo histórico e sociocultural da América Latina é inscrito desde a sua genealogia em um procedimento colonial acometido pela presença de portugueses e espanhóis. A expressão “afro-latino” tem em si a marca do diaspórico implementada nas aspirações de um processo de descolonização do pensamento. Desse modo, este simpósio deseja reunir comunicações que se debrucem sobre as seguintes questões: como a literatura pode promover a tarefa de descolonização da história? Ou como a tarefa de descolonização da história pode ser promovida através da literatura? O simpósio pretende promover o debate em torno da relação entre literatura e crítica decolonial (ou pós-colonial). Há o desejo de receber propostas de comunicação que ponderem o tema, ao mesmo tempo que analisam textos específicos das literaturas africanas e latinas.

 


 

SIMPÓSIO 4 - Literatura afro-latina de autoria feminina

Coordenadoras:

Dra. Concísia Lopes dos Santos (UERN)

Doutoranda Marta Jussara Frutuoso da Silva (UERN)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

concisialopes@uern.br

 

Tradicionalmente a literatura “consagrada” é um espaço maioritariamente compostos por homens, comumente brancos e europeus, um arquétipo que exclui a mulher, especialmente afro e latino-americana. Isso cria uma história única. Por isso, faz-se necessário discutir sobre o espaço ocupado pela mulher negra na literatura latino-americana, buscando desenvolver um raciocínio panorâmico dos embates sociais e culturais ocorridos na América Latina nos últimos anos. Nessa perspectiva, este simpósio busca construir diálogos a partir dos estudos decoloniais, repensando o lugar da mulher negra na construção das identidades afro-latinas. Para isso, serão recebidos trabalhos que discutam as questões relativas à produção literária afro-latina de autoria feminina a partir de suas obras.



 

SIMPÓSIO 5 - CENAS LITERÁRIAS DA NARRATIVA LATINO-AMERICANA CONTEMPORÂNEA

Coordenadores:

Dra. Maria Aparecida da Costa (UERN)

Me. José Dantas da Silva Júnior (PPGL/UERN)

Profa. Sabrina de Paiva Bento Queiroz (PPGL/UERN)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

juniordantasletras@gmail.com

 

Este simpósio temático tem por objetivo discutir a representação da literatura latino-americana, especialmente os temas que transitam entre os séculos XX e XXI, que é marcada por profundas rupturas temáticas. Entenderemos, pois, a América latina, considerando tais épocas e aprofundaremos as nossas discussões a partir dos mais variados temas e produções simbólicas, a saber: história, política, cultura, identidade e amor, isto é, várias perspectivas temáticas que promovam discussões sobre as produções literárias da narrativa Latino-Americana contemporânea.

 

 

 

SIMPÓSIO 6 - Na encruzilhada epistêmica: o corpo dissidente, a linguagem insurgente e a fé ancestral como elementos para decolonizar o mundo

Coordenadores:

Doutoranda Danielle Ferreira Costa (IFMA)

Doutorando Dênis Quadros (FURG)

Doutoranda Natália Serpa (IFMA)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

nataliaserpa@ifma.edu.br

 

 

Este simpósio temático tem por objetivo promover o debate acerca das experiências negras em diáspora na América Latina, tendo a encruzilhada como ponto de partida epistêmico. Assim, pretendemos reunir trabalhos que discutam as inúmeras estratégias operadas pelas pessoas negras na construção de uma amefricanidade. Para isso, o Simpósio abrirá espaço para uma pluralidade de temas como o corpo dissidente dos negros, dos gays, das mulheres cis e trans; a linguagem insurgente de todos os grupos historicamente silenciados; e a fé ancestral herdada dos povos escravizados. Nesse sentido, serão bem-vindos trabalhos com abordagens decoloniais, isto é, que considerem outros olhares e que se disponham a consolidar teoricamente a luta antirracista.





SIMPÓSIO 7 - DECOLONIALISMO E DISFARCE NAS PROPOSTAS DECOLONIAIS

Coordenadores:

Dr. Carlos Gildemar Pontes (UFCG)

Dr. Ricardo Emílio Nogueira (UFC)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

gilpoeta@yahoo.it

 

 

 Um aparato teórico que alcance a categoria de normatividade ou que sature a novidade e se instaure como tradição, muitas vezes, leva anos para se tornar tradição.

 Em tempos de dobra, quando se atinge muitas vezes mais a velocidade da luz, as proposições teóricas se sucedem numa rapidez que não conseguem (se) fixar uma por um período razoável de autoconstrução, porque logo vem outra e assume o protagonismo de ser a novidade que faltava ao criticismo de ocasião.

A ideia de romper com o colonialismo trouxe para a discussão duas vertentes dos estudos culturais, o pós-colonialismo e o decolonialismo. Este último, como tendência reativa necessária para ruptura com o colonialismo e sem possibilidade de flutuação intersectiva entre tendências dentro do arco do pós-colonialismo.

Para que possamos definir a nossa ideia de Decolonialismo e de uma proposta teórica de ruptura com a tradição metodológica de importação de modelos, discutiremos, com base no processo histórico brasileiro, seu surgimento, como se estabelece, é pensado e em quais campos teóricos dialoga para instaurar um procedimento na cultura brasileira, propondo uma nova visão sobre a arte (literatura, música, teatro, cinema, folclore, cordel etc.) através dos estudos que afirmam estas artes como divergentes do status quo estabelecido pelos cânones e pelas academias (Academias de Letras, de Artes, Universidades).

Desta feita, propomos um Simpósio dentro do SILAM com o título: Decolonialismo e disfarce nas propostas decoloniais. As vertentes para encaminhamento de trabalhos são:

1 – Literatura decolonial. Textos que discutam a forma e o conteúdo (conto, poesia, romance, ensaio) numa perspectiva decolonial;

2 – Literatura de cordel: a resistência de uma cultura marginal. Textos que questionem as realidades na perspectiva do oprimido;

3 – Outras artes: Música, Teatro, Cinema etc. Textos que apresentem o diálogo entre as artes.

 

 

 

 

SIMPÓSIO 8 - ERGUENDO O CÉU POR MEIO DAS LITERATURAS INDÍGENAS

Coordenadoras:

Dra. Eliana Pereira de Carvalho (UESPI)

Ma. Walquiria Lima da Costa (PPGL/UEMASUL)

Mestranda Ângela Viana de Sousa Silva (PPGL/UERN)

E-mail para envio de resumo de comunicação oral e/ou texto completo:

elianapereira@pcs.uespi.br

 

É muito recente o aparecimento de uma autoria indígena no cenário da literatura e, de repente, ouvem-se as vozes de Eliane Potiguara, Daniel Munduruku, Ailton Krenak, Kaká Werá, Olívio Jekupé, Jaider Esbell, Julie Dorrico, dentre tantas outras. Embora tais vozes se apresentem como autores individuais, elas carregam a força de um viver coletivo e de uma ancestralidade. Krenak (2020, p. 13), conversando sobre as respostas que o século XXI exige da Universidade, interpela a necessidade de que, diante dos desafios atuais, haja uma atualização das mentalidades “das instituições de ensino superior” para que, assim, seja possível se encontrar uma “janela para que aconteçam diálogos entre diferentes tradições, com abertura para a interculturalidade, nos quais os chamados povos da floresta estão instigados a refletir sobre o nosso tempo e seus desafios, que deixaram de ser locais e regionais e se tornaram um alerta global [...]” (grifo do autor). Os indígenas, colocados pela lógica ocidental, como um povo homogêneo, desde a chegada do colonizador português, tiveram seus saberes e tradições equivocadamente representados sobre essa mesma lógica, por meio de autores não-indígenas. O aparecimento de uma literatura indígena se dá a partir da década de 1990 do século passado. Neste momento, a autoria, segundo Dorrico (2018, p. 242), “está nas mãos dos sujeitos indígenas que agora passam a representar-se”. Na perspectiva de um “descolonizar indígena” que, conforme Gonzaga (2021, p. 147), entende-se como “o devir dos povos originários em que pensamos no futuro pós-colonização e escrevemos uma nova história com a tinta vermelha de garantir direitos”, o presente simpósio visa “suspender o céu”, que, nas palavras de Krenak (2019, p. 15) significa “ampliar nosso horizonte [...] existencial [...] [e] enriquecer as nossas subjetividades”, que estão sendo consumidas pelo tempo atual, por meio da arte literária dos povos indígenas, para que, num “ritual de cura” se celebre a união de diversos falares a respeito das literaturas indígenas tanto no e do Brasil como demais países latino-americanos.
 





Minicursos

 


1 - Poética en movimiento e imagen audiovisual: del cuento “Arribeño del Norte”, de Carlos Villagra Marsal al cortometraje Karaí Norte (2009), de Marcelo Martinesi

Dra. Lilibeth Janneth Zambrano Contreras - Universidad de Los Andes/Venezuela (ULA/Mérida)


El cortometraje Karaí Norte (2009), del cineasta paraguayo Marcelo Martinesi, representa una transposición cinematográfica del cuento “Arribeño del Norte” (1961), del escritor paraguayo Carlos Villagra Marsal. Estamos ante una película en blanco y negro que nos ofrece, a través de un tratamiento poético de la imagen audiovisual, una interpretación de las circunstancias adversas padecidas por Paraguay durante la guerra civil de 1947. La historia de Martinesi es protagonizada por Lidia viuda de Cuevas, quien aparece por primera vez ante las cámaras, y el reconocido actor de teatro Arturo Fleitas. Karaí Norte es un film narrado completamente en la lengua amerindia más hablada en Sudamérica: el guaraní paraguayo. Es importante tener en cuenta que el cuento “Arribeño del norte” ha sido escrito en castellano, sin que el guaraní resuene en su interior de manera particular. La historia ha sido recogida por Villagra Marsal de distintas fuentes de la tradición oral y en guaraní. En el texto fílmico el relato de Villagra Marsal es recontextualizado a partir del empleo de los colores blanco y negro, en una textura granulada, similar al tratamiento que se le da a una fotografía antigua, lo que enriquece la imagen audiovisual. Nos interesa dar cuenta de la composición de la imagen cinematográfica. En este sentido, mostrar cómo la fotografía y la organización de los cuerpos, los objetos y el paisaje constituye una poética del movimiento. De la misma manera, considerar los sonidos como añadidos significativos que inciden de modo singular en la configuración de la imagen audiovisual: el viento, el galope del caballo, el crujir de la precaria cabaña de madera asotada por el viento, el sonido que producen los utensilios de hojalata, etc. Por ello, nos proponemos estudiar cómo en la combinación audiovisual, una percepción incide en la otra transformándola. Nos interesa la puesta en cámara en la película de Martinesi, esa cámara intrusa que contribuye con la tensión dramática y se mueve entre los cuerpos de los actores que se dilatan en un intercambio extraño de palabras y miradas. En definitiva, mostraremos los modos cómo Martinesi, a través de la extensión del relato de Villagra Marsal en su cortometraje, teje a partir de los rastros memoriales los retazos de la guerra cilvil de 1947, la existencia vulnerable y la atmósfera desoladora del campesinado paraguayo.

Palabras clave: campesinado paraguayo, poética audiovisual, tradición oral, transposición fílmica

 

 

 

2 - REFLEXÕES SOBRE A NARRATIVA CURTA LATINO-AMERICANA

Dra. Concísia Lopes dos Santos (UERN)

Me. José Dantas da Silva Júnior (SEECT/PB)

 

Propomos neste minicurso a reflexão sobre a narrativa curta latino-americana, partindo dos contos: “El otro yo”, do escritor uruguaio Mario Benedetti; “Los nadies”, do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano; “Lágrimas congeladas”, do brasileiro Moacyr Scliar e “A moça tecelã”, da brasileira Marina Colasanti, entre outros autores e contos curtos que poderão surgir em nossas discussões. Para tanto, utilizaremos como referencial teórico “Del cuento breve y sus alrededores”, de Julio Cortázar; “Aquí América Latina” de Josefina Ludmer, entre outros autores. Do ponto de vista metodológico, o minicurso se pautará de discussões teóricas e construções de análises coletivas.



 

3 - MulherES negras na literatura brasileira: de Maria Firmina dos Reis aos nossos dias, onde existir e como resistir?

Mnda. Daryjane Pereira Costa (UERN)

Mnda. Renata Maria Araújo Silva (UERN)

Dr. Sebastião Marques Cardoso (UERN)

           

A escrita negra feminina brasileira não é uma novidade dos nossos dias, embora seja permeada de existências e resistências. Essa literatura é um marco na quebra do silenciamento da mulher, negra, brasileira e subalterna. De Maria Firmina dos Reis até as escritoras do século XXI tem-se ainda muito a conhecer e reconhecer como uma erudição que fortalece o combate ao racismo e cria caminhos para o enaltecimento de uma escrita esquecida e inferiorizada. Diante do exposto, propomo-nos fazer uma apresentação de uma escrita que enfoque a autoria, a temática, a linguagem, o ponto de vista e o público como elementos marcantes de um escrever que além de dar voz a mulher negra também possa criar e/ou fortalecer a autoestima de leitores não familiarizados com a literatura negra brasileira.

 

 

 

 

 

OFICINAS

 

1 - CORDEL: TEORIA E PRÁTICA

Rouxinol do Rinaré [Antonio Carlos da Silva, escritor e poeta cordelista brasileiro]

Graduanda Ana Caroline Freire Pessoa (UERN)

Graduanda Estefane Maria Silva Oliveira (UERN)

Graduando Francisco Feliciano Bezerra de Souza (UERN)

Dra. Concísia Lopes dos Santos (UERN)

 

Sabemos que a Literatura de cordel costuma ser conhecida no Brasil como folheto, literatura popular em verso, ou simplesmente cordel. Considerando-se que se trata de um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, com métrica fixa e regular, não é algo que se possa fazer de qualquer jeito. Assim, esta Oficina será uma atividade prática, com vistas a se tornar um momento de troca de saberes e experiências e uma construção coletiva. Essa atividade exigirá profunda interação com o propósito de mostrar na prática, a técnica da produção do poema de Cordel.